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Entrevista com Ricardo Carvalho do Gota Dagua

Entrevista com Ricardo Carvalho

Numa entrevista muito interessante com Ricardo Carvalho, um dos Co-Fundadores do Gota Dagua, vamos ficar a saber tudo sobre os campos de surf que ele, juntamente com os sócios Pedro, Gonçalo e Miguel criaram. Vamos ficar a saber como transformaram a sua paixão pelo surf numa experiência incrível para crianças e jovens, onde apanhar umas ondas se combina com outras atividades e crescimento pessoal numa das praias mais espetacular de Portugal.

Pode apresentar-se a si e à sua empresa?

O meu nome é Ricardo Carvalho e sou um dos Co-Fundadores dos campos de férias Gota Dagua. Em 2012, juntamente com três amigos, abrimos uma escola de surf. A marca formou-se mais tarde em 2015 quando abrimos o primeiro surfcamp. Os outros meus sócios são o Pedro Paiva, o Gonçalo Pereira e o Miguel Pereira. Eles trabalhavam comigo na escola de surf como freelancers e passado um tempo comecei a sentir vontade de mudar a minha posição na escola. Foi então que lhes propus juntarem-se a mim e juntos fazermos da marca uma empresa. Eles estudaram Design e Turismo, e acabou por fazer todo o sentido. E foi assim que nós fundámos uma empresa, a Water Movements, Lda., e a marca Gota Dagua em que somos todos sócios.

Como surgiu a ideia do campo de férias?

A ideia surgiu de observações que fizemos a outras empresas do Norte da Europa. Quando veio o Covid, nós decidimos que era a altura perfeita para avançar, tínhamos que inventar alguma coisa para ultrapassar a crise. Nós, eu, o Gonçalo, o Pedro e o Miguel, tínhamos uma casa vazia, perfeita, e decidimos então avançar com este projeto. Na altura nem sabíamos muito bem o que ia acontecer e correu logo muito bem. No primeiro ano tivemos logo 80% da ocupação do campo. Foi uma ideia que surgiu naturalmente, a nossa ideia para o Gota Dagua é que seja dividido entre juniores, adultos e famílias. Isto é um conceito amplo, para os juniores são os junior camps, os surfcamps são para os adultos dos 18 aos 35 anos e depois campos de família que ainda não temos para as pessoas com mais idade.

Qual era a sua missão e visão no início do campo de férias?

Nós queríamos um campo de férias inclusivo onde pudéssemos oferecer a experiência do surf. Ou seja, o surf é como se fosse a cereja no topo do bolo. Para além disso, nós queríamos oferecer um programa inclusivo onde pudéssemos agregar outras atividades. Começámos a pesquisar e percebemos que a maior parte dos campos de teenagers o que oferecem é a aula de surf de manhã, almoço, aula de surf à tarde, depois têm atividades no campo à noite mas não têm mais nada. No nosso caso, como temos acesso ao parque do arborismo, ao parque do paintball, da escalada ou ao parque dos trampolins, pensámos que era ótimo porque à nossa volta tínhamos uma série de valências que podíamos juntar e não estarmos a oferecer só surf. Quando começámos o campo eram só 5 aulas de surf e depois todas as tardes era uma atividade diferente.

Este é o primeiro ano que vamos ter 10 aulas de surf. Fomos sempre adaptando o campo tendo em conta o feedback dos participantes. Achávamos “10 aulas de surf é muito, os participantes não vão gostar!” mas a verdade é que cada ano que ia passando mais crianças e jovens diziam que eles queriam ter mais aulas de surf. Também nos diziam que queriam fazer outras atividades, mas isto sendo um surfcamp para adolescentes tivemos de adaptar.

Este ano vamos então fazer 10 aulas de surf. Continua na mesma a ser muito mais dinâmico, porque 10 aulas de surf são 5 dias de surf de manhã e de tarde. Como eles estão 7 dias vamos espalhar as aulas pelos 7 dias e depois continuamos a ter uma série de atividades como caça ao tesouro, talent-show, o trampolim, a piscina, a escalada, o paintball, o arborismo. No nosso ponto de vista, um campo de férias é uma oportunidade para os mais novos não estarem no telemóvel. Criámos as regras como se fosse um campo tradicional de férias.

O que torna o Gota Dagua único e o distingue de outros campos de férias?

Não sabemos se é único, mas em relação a concorrentes, daquilo que pesquisamos, achamos que a maneira como nós estamos a fazer acaba por ser única. Não é única, mas como é um surfcamp para adolescentes com uma postura de um campo de férias tradicional, a nosso ver acaba por ser um campo de surf único. Com o conceito de um campo de férias tradicional em que temos o surf mas também temos uma série de atividades. Portanto achámos que isso, comparativamente com alguns surfcamps que nós pesquisamos, é muito mais um campo de férias. Tendo em conta as nossas pesquisas essa é a nossa opinião, mas acreditamos que há coisas muito bem feitas.

Que tipo de atividades se pode fazer no campo de férias?

Aulas de surf, aulas de bodyboard, os miúdos é que escolhem. Nós tentamos que experimentem tudo, mas se eles quiserem bodyboard irão fazer bodyboard. Também temos jogos de praia, voleibol, paintball, arborismo, este ano tirámos a escalada e vamos pôr o parque de trampolins indoor. Depois fazemos atividades na piscina, atividades noturnas, karaoke por exemplo e no último dia uma festa com Dj. Fazemos a caça ao tesouro, jogos de água, uma série de atividades.

Este ano o dia a dia dos participantes será algo deste género: eles acordam às 8h30, tomam o pequeno-almoço, às 9 da manhã estão prontos para sair, às 9h30 já estão todos na água, que é para nós conseguirmos meter as tais 10 aulas de surf no programa mas não deixar de fazer o arborismo, o paintball e as outras atividades. A ideia é fazer os participantes aproveitarem ao máximo!

Todos os monitores do campo de férias têm formação?

Todos os monitores do campo de férias têm formação para estar com crianças e jovens. Depois os treinadores de surf têm a certificação da Federação Portuguesa de Surf. E todas as atividades que nós fazemos para além do campo, como o arborismo e as outras atividades, são as próprias equipas do local.

Como é um dia típico de trabalho para si no campo de férias?

O meu subdivide-se entre 4 campos ao mesmo tempo. Por isso vou explicar o do coordenador do campo de férias. O coordenador tem de ir ao campo de manhã e confirmar que o pequeno-almoço está feito, que os participantes comeram e que os monitores estão preparados para a praia. Depois vai até à praia ver se as aulas de surf estão a correr bem. Volta para as instalações do campo e vê se o almoço está a ser preparado e já começa a planificar as atividades da tarde. Este ano é a primeira vez que vamos ter uma equipa de monitores e uma equipa de professores de surf, ou seja, duas equipas separadas.

Como descreveria o sucesso do campo de férias até agora?

Nós achamos que contra uma data de ideias que nós tínhamos, foi uma das melhores coisas que nós decidimos fazer. Foi um bocado fora daquilo que já se faz em Portugal, não há muita concorrência. Deu-nos, por isso, a oportunidade de crescer depressa e no fundo nos esforçarmos para fazer alguma coisa fora da caixa, uma coisa bem feita. Achamos que não podemos reclamar, ao fim de alguns anos estamos a receber no campo 50 participantes por semana. Aumentámos para 10 semanas, vamos começar a 24 de Junho e acabamos a 2 de Setembro. Na nossa cabeça já começamos a pensar que tem de haver um campo destes noutra localização porque um participante que vai para a Caparica 1 ano, 2, 3 há de chegar um dia em que vai querer ir para outro sítio.

O que difere a parceria com a Juvigo das demais?

É as relações humanas. Eu, o Gonçalo, o Pedro e o Miguel temos um apreço muito especial e um grande carinho pela Juvigo porque foi uma grande ajuda a impulsionar os números de reservas dos campos de férias. O Miguel sempre nos ajudou e nós estamos mesmo muito gratos! Houve sempre uma certa simplicidade no trato e isso vale muito para nós. Qualquer coisa que vocês na Juvigo precisam ligam para nós e nós resolvemos logo, qualquer coisa que nós tenhamos dúvidas ligamos para vocês e somos logo ajudados. É sucesso mútuo e garantido!

Tem algumas palavras finais para os nossos leitores?

INSCREVAM-SE! 😁😂 Nós estamos focados nos miúdos! Quem investe são os pais, quem são os nossos clientes são os miúdos portanto nós queremos mesmo providenciar algo que seja bom. Nós a quem ouvimos sempre é aos miúdos e ano após ano tentamos alterar o programa dentro das nossas condições e dentro do que podemos fazer para que seja uma experiência de excelência. Porque isso depois vai-se refletir no decorrer dos campos anuais.

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Miguel Matos

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