Entrevista com Miguel Freitas
Numa breve e divertida entrevista com Miguel Freitas, ficamos a saber como surgiu o Campo Jovem. Também, na entrevista com Miguel Freitas, descobrimos mais sobre a sua rotina diária no campo de férias. E qual é a chave para o sucesso.
Pode apresentar-se a si e à sua empresa?
Olá! O meu nome é Miguel Freitas, sou empresário e sou o criador do Campo Jovem. Sou casado, pai de 3 jovens e sou apaixonado pelo que faço. Fui participante de campos de férias durante muitos anos, o facto de ter gostado de o ser fez com que depois fosse monitor estagiário, monitor e depois chefia de campo de férias. Enquanto estava a ser monitor estava no secundário em desporto e depois ingressei na universidade no curso de Ensino Básico, pois era o que realmente estava relacionado com crianças e jovens.
Como surgiu a ideia do campo de férias?
Durante a faculdade pensei muito no projeto de ter um campo de férias pois muitos dos trabalhos que realizava para a universidade no meu percurso académico estavam relacionados com escolas/atl’s e campos de férias. Vi que havia muitas escolas à procura de sítios e programas para viagens de finalistas. Isto fez-me procurar por espaços e assim surgiu o Campo Jovem em 2009.
Em 2009 chamava-se, na verdade, Ritmos Fortes mas a nível de marketing não havia muita procura pois o nome era pouco apelativo e, por isso, em 2011 alterámos o nome para Campo Jovem o nome atual. Sem dúvida que a necessidade de um produto/serviço como o que nós temos com qualidade era necessário na altura.
Qual era a sua missão e visão no início do campo de férias?
No início do projeto não havia redes sociais nem o uso do telemóvel, então a missão era proporcionar aos jovens um tempo ou um espaço com atividades que conseguissem fugir do contexto de casa. Na altura os participantes criavam novas amizades, porque apenas tinham os amigos da escola e ao irem para um espaço onde não conheciam ninguém era ali que faziam amigos para a vida. Na altura os participantes conheciam-se no Verão e depois enviavam cartas uns aos outros e só se voltavam a ver no Verão seguinte no campo de férias.
Atualmente a missão já não é a mesma, eles terminam o campo e já estão a falar uns com os outros pelo WhatsApp. A verdade é que ao longo dos anos o objetivo foi mudando. Os pais agora procuram um espaço para colocarem os filhos no Verão e fazê-los desligar das tecnologias.
O que torna o Campo Jovem único e o distingue de outros campos de férias?
Primeiro o facto de ser um espaço, uma instalação que é o mesmo só para campos de férias e programas escolares. Outra coisa que o torna único, e é muito importante, é a profissionalização, ou seja, quando o campo de férias termina nós não voltamos aos nossos trabalhos, que nada têm a ver com isto e, voltamos a reunir-nos em junho ou julho, nós quando fechamos o campo vamos de férias 15 dias e retomamos o trabalho neste foco. Quando se trabalha numa área profissional há que trabalhar o ano todo.
Outra questão única acho que é a avaliação que temos de muitos participantes que passam por nós, muitos muitos muitos…, e o rácio da avaliação/qualidade e quantidade é muito elevado, isto é um feedback que temos que torna este campo único, se a avaliação fosse sempre negativa era mau sinal. Depois o resto são pormenores como as atividades e a alimentação. Acima de tudo estes 3 fatores são o que fazem o Campo Jovem continuar a existir estes anos todos.
Para concluir este ponto creio que existe mais um fator, apesar de sermos novos comparado com outros espaços, já temos algum nome no mercado.
Que tipo de atividades se pode fazer no campo de férias?
O nosso campo de férias tem atividades radicais e de natureza. Mas estas atividades, como muitos clientes dizem, “são naturais”, ou seja, são inseridas nas instalações do campo numa zona rural. Todos os espaços estão adaptados para ser possível a realização deste campo de férias e para receber crianças e jovens. Por exemplo, a sala de jogos é um antigo palheiro que foi adaptado. Isto aplica-se às atividades radicais, a canoagem é feita numa lagoa que está inserida na quinta. Assim como a Ponte Himalaia, que é utilizada para várias atividades, encontra-se por cima da lagoa. Contacto com os animais que vivem na quinta é outra das nossas atividades.
Como é um dia típico de trabalho para si no campo de férias?
Para mim Miguel Freitas? Oh diabo 😅 Ora bem, a primeira tarefa é acordar às 8 da manhã. Às 9 da manhã temos pequeno-almoço, e é garantir que antes do pequeno-almoço está tudo em conformidade, que o pão já chegou, por exemplo. Aguardo sempre que o telefone não toque e que me digam que o padeiro falhou, pois tudo o resto temos no campo. Durante o pequeno-almoço tento perceber se as primeiras atividades do dia estão prontas a realizar. Ah ainda antes do pequeno-almoço verifico a meteorologia a ver se não houve alterações, que isso é importante.
Depois, para mim, da parte da manhã vou sempre dar um olho nas atividades, vou ver a caixa de e-mails e o telefone, tento responder aos contactos todos. Depois, ao fim ao cabo, é assegurar que durante o dia as coisas estão a acontecer conforme foram planeadas no dia anterior com a chefia de campos, com os monitores e coordenadores. Estar sempre disponível para imprevistos que possam acontecer. O resto do dia é o normal.
Antes de ir para a cama, depois da reunião, eu nunca me vou deitar sem garantir que os pais têm acesso às fotografias do dia dos filhos e, claro responder a todas as suas mensagens, nenhuma fica para o dia seguinte.
Como descreveria o sucesso do campo de férias até agora?
Eu acho que acima de tudo, foi o que já referi, tem a ver com o profissionalismo. Eu costumo dizer uma frase “Nós não brincamos aos campos de férias!”, é mesmo isto. Ou seja, eu tenho 3 filhos, sou casado e eu vivo dos campos de férias. Portanto eu não posso permitir que hajam falhas nos campos de férias, que os clientes não fiquem satisfeitos, porquê? Porque se isso falhar eu vou ter menos clientes no ano seguinte.
O sucesso vê-se de 3 maneiras: a primeira maneira é assegurar-nos que eles chegam vivos a casa. A segunda maneira é que hajam o mínimo de acidentes possíveis, idealmente zero. A terceira maneira é ouvirmos que proporcionamos os melhores momentos durante o campo de férias e que querem voltar.
Onde vê o campo de férias daqui a 5 anos? Algum projeto a caminho?
Essa pergunta é muito complicada a esta altura do campeonato 😂 O Campo Jovem tem, nos próximos anos, de não reduzir o número de participantes e manter a qualidade, isto é o principal. Não perder a qualidade é o grande objetivo do Campo Jovem. É muito fácil chegar ao topo, o mais difícil é manter.
Um dos projetos está um bocado guardado, que é os campos de férias para seniores, é um dos desafios que pode acontecer. Tentar perceber se há espaço para ir buscar outros mercados tanto o internacional como o mercado com outras idades como os mais velhos e a terceira idade.
O que difere a parceria com a Juvigo das demais?
A Juvigo quando surgiu em Portugal foi na pandemia. É um projeto online e, os clientes de hoje em dia estão muito no online. A Juvigo permite chegar a esses clientes de maneira segmentada e direcionada, ou seja, no caso do Campo Jovem há muitos pais que podem procurar por festas de anos no Google, mas nós não fazemos festas de anos, nós fazemos campos de férias e a Juvigo permite, além do online, direcionar a resposta para o que a pessoa procura na internet.
Depois é um acompanhamento sempre presente, do Miguel neste caso, tem sido ele que nos tem acompanhado desde o início e outra coisa boa que a Juvigo tem feito, na pessoa do Miguel, é que não faz distinção de parceiros. As coisas estão bem definidas, não há preferências. E isso é uma coisa bastante boa e positiva, a meu ver.
Relativamente à visita do Björn e do Miguel, eles conheceram o espaço, falámos um bocadinho, trocámos algumas ideias. É bom, é positivo porque no caso da Juvigo como é uma plataforma que vende, saber e conhecer o que está a vender é importante. A outra coisa também é que mostra às pessoas que estão interessados em manter os parceiros. A Juvigo vem conhecer o espaço, inclusive na altura quando foram trocou-se ideias, deu-se sugestões para ambas as partes e isso é o que faz a parceria manter-se durante muitos anos.
Tem algumas palavras finais para os nossos leitores?
Tenho! Para os parceiros é que cada vez mais profissionalizem o setor. Aos pais é que se informem muito bem, hoje em dia é fácil, onde estão a inscrever os filhos, porque é importante saberem! As equipas de monitores, etc..E para os participantes é que aproveitem ao máximo porque os pais já escolheram a melhor opção, de certeza, e as empresas já estão profissionalizadas o melhor que conseguem 🙂.
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