Como surgiu a ideia do Campo Aventura?
O Campo Aventura começou com o meu marido, em 1998, mas a ideia nasceu muito antes. Ele sempre sonhou em criar um espaço para crianças, inspirado pelos valores e pela dinâmica do escutismo, onde foi chefe. Nunca pensou nisso como um negócio, mas como um lugar onde pudesse transmitir esses valores. Com o tempo, o “bichinho” cresceu e a ideia ganhou uma dimensão muito maior do que imaginávamos.
O que torna o Campo Aventura único e distinto dos outros campos de férias?
Sem dúvida, a parte humana. No Campo Aventura, entregamo-nos completamente às crianças que recebemos. Não é apenas sobre supervisionar atividades; é sobre criar ligações e oferecer um cuidado que vai além do que se pode descrever num site ou numa publicação. Essa entrega genuína é o que nos distingue e fideliza as famílias, fazendo com que regressem ano após ano.
Qual é o maior desafio que os campos de férias enfrentam atualmente?
Diria que o maior desafio está na ausência de valores sólidos em muitas áreas da sociedade. Vivemos numa era superficial, dominada por redes sociais e pela rapidez de cliques. Esse ambiente afeta tudo: recursos humanos, pais e jovens. As redes sociais têm o seu lugar, mas é crucial que sejam usadas de forma construtiva.
Como o Campo Aventura adapta os seus programas às necessidades dos jovens de hoje?
Apesar de termos atividades pré-planeadas, a dinâmica de cada grupo é o que define a experiência no campo. Procuramos entender as necessidades específicas dos participantes, os seus medos e preferências. Além disso, os programas são concebidos para estimular habilidades básicas que muitas crianças já não desenvolvem, como subir a uma árvore, caminhar na natureza ou simplesmente brincar livremente. Estas experiências são essenciais para o crescimento saudável.
Como é um dia típico para si no campo de férias?
O meu trabalho é estar presente. Misturo-me entre as crianças, observo, aprendo os seus nomes e tento entender as suas necessidades. Com os anos, desenvolvemos um “olho clínico” que nos permite perceber muito sobre cada criança apenas pela forma como interagem no primeiro dia. Em resumo, o meu dia é passado a gerir pessoas, com foco no bem-estar de todos.
Como descreveria o sucesso do Campo Aventura até agora?
O sucesso está na nossa autenticidade. Mantivemos sempre os valores com que começámos e isso reflete-se em tudo o que fazemos. Quando os pais deixam os filhos connosco, confiam-nos algo precioso, e nós respeitamos essa confiança, permitindo às crianças viverem experiências simples, mas essenciais, como correr, brincar e resolver conflitos de forma saudável.
Onde vê o Campo Aventura daqui a cinco anos?
O nosso foco continuará a ser a qualidade. Todos os anos trazemos algo novo, mas sempre com a mesma base de valores. Não temos ambição de crescer em dimensão, mas sim em profundidade, mantendo a essência que nos define.
Alguma mensagem final para os nossos leitores?
Aos pais, o meu apelo é que deixem as crianças serem crianças. Vivemos num mundo acelerado, mas os pequenos pormenores na educação fazem toda a diferença. Acreditem que oferecer tempo e amor é o que realmente transforma a vida de uma criança. No Campo Aventura, é isso que fazemos: dedicamos o nosso tempo e o nosso amor, criando experiências que marcam.
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